Trocar de pele com Romie

O diário fotográfico de quarentena de Romie no jornal“If it talks like a duck and walks like a duck, it’s a duck.”

junho, 2022

Trocar de pele com Romie

Romie entende que a Arte é uma espécie de processador de todas as nossas vivências, uma extensão da própria vida. A Fotografia em particular tem-na guiado numa viagem pela sua, através de personas e ambientes que cria para depois se autorretratar. É um espaço outro e, nele, uma Barbie brilhou na Open Call do POSTER 2021. 

“Tenho uma série de autorretratos que é, na verdade, um fio condutor do meu trabalho, em que basicamente pego em alguém que me tenha marcado ao longo da minha vida e recrio todo um imaginário visual à volta disso: personagens já existentes, artistas, anónimos. Faço uma encenação, uma troca de papéis, de peles, e fotografo, podendo fazer também algumas coisas em vídeo. A Barbie foi uma das primeiras que eu fiz, tenho o Lizard King…”, explica a artista.” Aqui, só a fantasia não é real: da pintura corporal aos acessórios.  

Poster Mostra 2021 – Romie

A escolha desta fotografia foi fácil: “Achei que este trabalho visualmente era o mais forte e que ia passar uma mensagem direta. É uma imagem tão pop que as pessoas a iriam logo reconhecer e eu gosto muito desse jogo.” O formato poster já lhe era familiar: “Esse confronto direto com o espetador… eu procuro muito isso, até apresento a maioria dos meus trabalhos em formato poster. Normalmente, são pósteres muito grandes, como os que vocês tinham aí. Então, rapidamente me relacionei com a vossa temática e a forma de a abordarem”, conta a jovem de 26 anos. 

Atualmente frequenta o segundo ano do Mestrado de Artes Plásticas na Escola Superior de Artes e Design em Caldas da Rainha (ESAD.CR), onde se licenciou também em Artes Plásticas. A sua tese debruça-se precisamente sobre a questão da fragmentação da identidade, pertinente nesta era da sobre-informação, em que, observa, “identificamo-nos com tudo e ao mesmo tempo com nada…” 

Still-life Diablita, Outubro 2020 – Romie

O trabalho de Romie é uma imersão entre o kraft e o digital, conjugando Fotografia, Vídeo, Pintura, Desenho, Instalação, Performance e livros de artista, um formato pelo qual nutre especial carinho: “Coleciono tudo, E tenho sempre muito desperdício de papel. De vez em quando, guardo e volto a usar essas coisas, estes restos de vida, nos livros.” Recentemente, contribuiu com parte do diário fotográfico de quarentena para o primeiro número do jornal If it talks like a duck and walks like a duck, it’s a duck., uma publicação semestral dedicada aos livros de artista e à edição de autor nascida na ESAD. 

RED BOOK, 2018 – Romie

Em abril, Romie teve também a oportunidade de participar numa exposição coletiva no Museu da Água, em Lisboa, com um vídeo documental resultante desse mesmo diário: “No primeiro período de isolamento com o meu companheiro de casa, todos os dias tirava uma fotografia de alguma coisa que tivesse marcado o meu dia. O enquadramento era quase sempre o mesmo, iam mudando o sítio e o que estava a fazer. Era um rolo a preto e branco. E escrevia a data, a hora e um pequeno memo sobre o que estava a sentir. O vídeo é a junção das fotografias a passarem e de mim a escrever ‘Dia 1, 10h, Quero ir apanhar sol’, p.e.; coisas simples, mundanas…” Em junho, Romie participou com duas performances no festival Caldas Late Night. 

A 30 de julho, será inaugurada a sua primeira grande exposição individual: “Abre.Antes” estará patente na Galeria Municipal de Artes de Abrantes, designada por QUARTEL. 

O trabalho de Romie é uma imersão entre o kraft e o digital, conjugando Fotografia, Vídeo, Pintura, Desenho, Instalação, Performance e livros de artista, um formato pelo qual nutre especial carinho.

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